Entre os suicídios do coração e os convites da vida

Convidemos a vida

Afonso Rocha Pereira

9/24/20211 min read

Entre os suicídios do coração e os convites da vida

Todos nós… Adivinhe… Algures… Desejamos morrer.

Porquê?

Porque somos seres curiosos claro! Isto é, porque queremos viver. Isto é, porque queremos saber e conhecer o que está para além dos limites. A curiosidade matou o gato, não foi? O gato da omnipotência.

Quando queremos crescer muito rápido, numa ânsia curiosa de conhecer a vida, pode ser que depois de tantas reviravoltas, cheguemos a um tal ponto de dizer para nós mesmos: “Bem… está visto!”. E é aí que o desejo de morrer pode triunfar sobre o desejo de viver, mesmo que não se morra fisicamente (ou imediatamente).

Mas nunca se viu/vê tudo. E é por isso que o desejo de viver, se tudo correr bem, triunfa sobre o desejo de morrer. Quando o desejo de morrer supera o desejo de viver, dizemos que apresentamos um quadro depressivo grave, já quando brincamos com a "morte" como crianças em poças de água, dizemos que apresentamos traços depressivos.

É quando não dançamos com a morte que mais a desejamos (sem o sabermos). Mas se, todos os dias a convidamos a dançar, perdemos também uma dança com a vida. E, de desamparo em desamparo, a vida, ela mesma, devagarinho, vai cautelosamente poupando nos seus convites até si mesma. Ora como poderíamos nós, esperar uma paixão sem nos apaixonarmos?

A vida convida… Vai convidando… Se a convidarmos. A morte nem se preocupa com isso, porque nos sente garantidos. Nós, temos apenas: a habilidade de decidir, ou a acrobacia de fingir que se não decidirmos, a vida/morte não vai decidir por nós.

Entre os suicídios do coração e os convites da vida, há quem prefira, (ainda bem) convidar o coração à vida.